Família: um projeto vertical
¨... e em ti serão benditas todas as famílias da terra.¨ Gênesis 12.3b
O mês de Maio é especial porque voltamos nossos olhares para a família. Como nunca, nós temos urgência em falar e aprender a respeito da família. Estamos cientes de que a família tradicional está sob vários ataques e já sofremos no presente e tememos ainda mais pelo futuro.
Quem acompanha noticiários, redes sociais e conversa com pessoas de variadas correntes de pensamento, fica perplexo e atônito com tantas informações e fatos assustadores. Infelizmente, convivemos com certa tranquilidade em relação ao divórcio que não nos assusta tanto quanto antes. Convivemos com o falso discurso de que existem mais de dois gêneros e não apenas mais homem e mulher somente. Estamos cercados por várias alternativas de relacionamento entre homens e mulheres que prometem preservar uma pretensa liberdade pessoal, mas que resulta em mais irresponsabilidade e solidão. Quanto mais escolarizados e socialmente resolvidos, menores são as taxas de natalidade entre os casais, havendo muitos que já fazem opção por não serem pais. Já não se acredita na família como fonte provedora e que faz prosperar os indivíduos, os casamentos são cada vez mais tardios, isto quando simplesmente não acontecem ou quando terminam depois de pouco tempo. Aqueles que têm filhos convivem com o desafio de criá-los com saúde física e emocional, lutando contra professores e escolas doutrinadoras, contra a influência das drogas, da pornografia, da dependência digital, da sensualização e da sexualização cada vez mais precoces, num mundo cada vez mais inseguro e violento.
É fato que todas as famílias possuem desafios, dificuldades e problemas. Sempre há alguém doente, sempre há alguém perdido, desempregado ou buscando realizar seus sonhos sob muita dificuldade. Há famílias destruídas, mas há famílias fortes e equilibradas. No entanto, é certo que não há família perfeita. E, se por um lado, não podemos nos entregar ao desespero, é fato que também não há família que não mereça cuidado, atenção e aprendizado. Por isso, uma coisa é certa: não podemos olhar apenas à nossa volta! Temos que olhar para cima de onde vem o socorro e de onde vem a verdade e a orientação.
Parafraseando Agostinho que disse: ¨Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti¨, podemos dizer que, igualmente, a nossa família que foi feita pelas mãos de Deus, não encontrará paz enquanto não viver segundo Sua vontade.
O homem foi criado do pó da terra e se tornou alma vivente pelo sopro de Deus (Gn 2.7). A mulher foi criada das costelas do homem e lhe foi dada como ajudadora (Gn 2.21). Deus ordenou aos dois que deixassem os pais para viverem juntos como uma só carne (Gn 2.24, 25). Ordenou também que crescessem e se multiplicassem tendo filhos e cuidando de toda a criação (Gn 1.28). Infelizmente, como sabemos em Gênesis 3, a mulher agiu com independência e o homem com covardia e negligência, sujeitando a si mesmos e toda natureza ao castigo divino. Pouco tempo depois um irmão matava o outro aprofundando ainda mais esta desestruturação da família pelo descumprimento da vontade de Deus.
A instituição dos mandamentos de Deus em Êxodo 20, repetidos em Deuteronômio 5, sobretudo a partir do quinto mandamento, enfatizam as regras e leis para a convivência familiar, dos clãs, das tribos e de toda nação. Os filhos, segundo os mandamentos, devem honrar e obedecer aos pais. Conforme ordenado, não se mata, não se comete adultério, não se rouba, não se acusa ninguém falsamente, não se deseja nada do que é do outro. Assim, a família nuclear e toda a nação, estão preservadas em sua estrutura e seus bens e conquistas igualmente garantidos. Não foi à toa que Deus ordenou de antemão qual porção de terra seria de cada tribo, clã e família antes que tomassem posse da Terra Prometida e, igualmente, os guardou e preservou na longa peregrinação no deserto. A família é a base do povo de Deus. A família é a base da igreja.
O que estamos dizendo é que, muito mais do que conhecer o que está errado, devemos saber como as coisas devem ser conforme a vontade de Deus. Qualquer especialista em qualquer área é capaz de reconhecer o que é falso porque conhece muito bem o que é verdadeiro. Nos seminários e na igreja devemos nos esmerar para aprender e ensinar a sã doutrina porque ela será nosso porto seguro contra aquilo que é falso. Aprender como é a família conforme a vontade de Deus é fundamental para os nossos dias tão confusos.
Os meninos devem ser criados de modo a serem responsáveis e preparados para serem líderes provedores e sacerdotes em suas casas. As meninas devem aprender a ser boas esposas e boas mães, mesmo que desenvolvam, por sua capacidade, outras habilidades. Os filhos não podem ser os reis e rainhas de suas casas e devem aprender a receber o não e a disciplina de seus pais. Mesmo assim, conforme Paulo ensina em Efésios 6.4, os pais devem ter cuidado para não ultrapassar os limites da disciplina tornando-se excessivamente severos para não irritar ou revoltar os filhos. Sob os olhares de Deus e orientação da sua Palavra, todos têm deveres, responsabilidades e limites claros.
O padrão de Deus para a família não deixa dúvidas, não é complexo e muito menos confuso. Este padrão é o que deve ser perseguido. Vem de cima. Vem do alto. Não é um padrão horizontal, mas é um padrão vertical.
Este mês muitos de nós nos sentaremos à mesa com famílias da igreja. Vamos aproveitar para conversar sobre nossos conhecimentos, experiências, desafios e dificuldades, e juntos, humildemente, orarmos a Deus buscando respostas, sabedoria e a sua bênção para nossas famílias.
A Deus toda glória, toda honra e todo louvor, porque é dele que vem o cuidado e o socorro para nossas famílias!
Meus agradecimento ao pastor por permitir compartilhar seu trabalho.
Meus agradecimento ao pastor por permitir compartilhar seu trabalho.
Pr Júnior Martins
Abril de 2018
Abril de 2018